Exposição João Paulo II No Sameiro - 25 anos depois...



“João Paulo II no Sameiro … 25 anos depois”




Quando as pessoas nos tocam pelo exemplo de vida, pela coerência com que defenderam os seus ideais – no caso, os do Evangelho -, pela bondade que lhes preenchia o coração e no agir se lhes espelhava, quando tudo isto acontece, não perecem. Ficam dentro de nós envoltas em afecto; preenchem a nossa memória aureoladas de doçura; falamos delas com gratidão e apreço.
O Papa João Paulo II enquadra-se no cenário descrito. Ou não tivesse ele sido um portento de fé, um coerente representante de Cristo, um gigante da Igreja, um Apóstolo incansável, um intrépido defensor da vida, da dignidade da pessoa humana, dos “menos” da sociedade, do amor, do perdão, da justiça e da paz.

O coração não lhe cabia no Vaticano. O zelo de pastor impelia-o a encurtar distâncias. A vontade de espalhar a Boa Nova multiplicava-lhe as viagens. O desejo de estar próximo, animando, incentivando, exortando punha-o nas estradas do mundo. E chegou mesmo até nós, até esta Bracara Augusta do extremo ocidental europeu.
Foi há 25 anos, a 15 de Maio. O nevoeiro empurrou-o para a estação do caminho-de-ferro. O entusiasmo dos bracarenses e de inúmeros forasteiros animou-o na viagem para o Sameiro. E quando lá chegou, a montanha explodiu de alegria, cantou a “Roma Eterna”, vestiu-se de branco e amarelo, acotovelou-se para estar mais perto de um Papa tão próximo.

João Paulo II celebrava o seu aniversário natalício a 18 de Maio. Faria (ou faz?!) hoje 87 anos. Mas como ele pertence ao género dos imortais, estamos aqui para o festejar, para dar graças pelo dom da sua vida, pelo contributo que deu à humanidade, pela honra que há 25 anos nos concedeu.

Prestamos-lhe esta homenagem do jeito possível, ou seja, através de uma exposição de fotografias, evocativas de tão sublime momento; e através de uma Eucaristia, presidida por Sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Dom Eurico Dias Nogueira, o Arcebispo que então acolheu na nossa Arquidiocese o Sumo Pontífice.

As fotografias saíram da máquina fotográfica de Mário Faria; foram zelosamente guardadas e disponibilizadas para esta exposição por Luís Machado. O tratamento – para efeitos expositivos – envolveu muita gente: antes de mais, o Arquitecto Gerardo Esteves, o fotógrafo Luís Machado e as filhas Ana e Ivone – todos da foto S. Vicente, a Zef color L.da e a Disomol molduras L.da. Ainda o pessoal deste Museu Pio XII.

Para além dos patrocínios da Foto S. Vicente, da Disomol e da Zef color, este evento terminará com um verde de honra gentilmente preparado e patrocinado pelas Frigideiras do Cantinho. A todos agradecemos penhorados.

Uma palavra de gratidão ainda para a Confraria do Sameiro, que atenciosamente nos cedeu, para que os pudéssemos expor, o círio que o Papa deixou no Sameiro, bem como o solidéu que na altura trazia.
O maior dos agradecimentos vai para todos vós que, com a vossa presença, dais corpo e brilho a estas celebrações.
Que o Papa João Paulo II vos obtenha a recompensa!

Permitam-me conclua com um excerto de uma crónica publicada no jornal Correio do Minho no dia 16 de Maio de 1982, o autor dela reportando-se ao modo como entusiasticamente foi cantado o hino ao Papa, composto por Manuel Faria e intitulado “benvindo, benvido a Portugal”. Comentava então o cronista:

“Que importam as vozes roucas – e eram tantas, meu Deus – que importa cantar fora do ritmo, que importa não saber exactamente a letra do hino que se canta? Importa, e importou, saber sim, em plenitude, que havia comunhão de ideias, de sentimento, de fé, de amor.
«Totus Tuus», afirmavam milhares de letreiros. E era verdade. Os minhotos […], no alto do agreste monte do Sameiro, foram todos do Papa. E o Papa foi todo deles”.

Caso para acrescentar: e continua a ser nosso!


O director do museu,


Dr. Cónego José Paulo Abreu


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